Dom José Francisco Falcão de Barros comenta o Evangelho de Mateus, versículo por versículo. Reflete sobre as passagens bíblicas de Mateus 8,28 e um texto de São João Crisóstomo:
Mateus 8,28 (V) – Expulsão dos demônios
Καὶ ἐλθόντος αὐτοῦ εἰς τὸ πέραν εἰς τὴν χώραν τῶν Γαδαρηνῶν ὑπήντησαν αὐτῷ δύο δαιμονιζόμενοι ἐκ τῶν μνημείων ἐξερχόμενοι, χαλεποὶ λίαν, ὥστε μὴ ἰσχύειν τινὰ παρελθεῖν διὰ τῆς ὁδοῦ ἐκείνης
No outro lado do lago, na terra dos gadarenos, dois possessos de demônios saíram de um cemitério e vieram-lhe ao encontro. Eram tão furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali
“Ainda outras diferenças entre as lutas desta terra e as das almas poderão ser mencionadas: o tempo do combate aqui é breve e, ainda assim, interrompido por armistícios. A noite, a fadiga, a fome e muitas outras circunstâncias são motivos para os soldados descansarem. Aí podem depor as armaduras, refazer as forças, refrigerar-se com comidas e bebidas e, por estes e outros meios, recuperar as forças perdidas. Na luta com aquele maligno, porém, nunca haverá pausa; nunca poderás despojar-te das arenas, nunca poderás entregar-te ao descanso, se quiseres ficar ileso. Necessariamente, acontecerá uma das duas: perecer depois de ter perdido as armas ou continuar firme, armado e vigilante”.
“Aquele adversário infame mantém sempre sua linha de combate perto de nós, pronta para nos perder tão logo note algum relaxamento em nossa vigilância. Podes estar certo: mais zelo emprega ele para a nossa perdição do que nós para a nossa salvação! Finalmente, a circunstância de ele ser invisível para nós é prova de que esta luta é muito mais perigosa do que aquela que descrevi: pois assim pode encontrar-nos despercebidos, a não ser que nossa vigilância seja constante”
São João Crisóstomo (347-407)
De sacerdotio, 6, 13 (PG 48, 690-692)