Dom José Falcão de Barros comenta o Catecismo da Igreja Católica. Reflete sobre a frase “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”, da oração do Pai Nosso, e um texto de Papa Bento XVI:

“Vem, então, a última e absolutamente essencial superação, que, todavia, representou um escândalo para os homens em Cafarnaum: o Verbo encarnado oferece- se a nós no Sacramento, e só então se torna plenamente a eterna palavra, maná, a oferta do pão futuro já hoje. Então o Senhor encadeia tudo mais uma vez: a máxima incorporação é então a verdadeira espiritualização: ‘É o Espírito que vivifica; a carne não serve para nada’ (Jo 6, 63). Deve-se admitir que Jesus, no pedido do pão, não tenha considerado tudo o que nos diz sobre o pão e tudo o que Ele como pão quis nos dar? Se tomarmos a mensagem de Jesus como um todo, então não podemos apagar a dimensão eucarística no quarto pedido do Pai-Nosso. O pedido do pão cotidiano para todos é essencial precisamente na sua concretização terrena. Mas, do mesmo modo, também nos ajuda a ultrapassar o simplesmente material e a pedir já agora o ‘de amanhã’, o novo pão. E, à medida que hoje pedirmos o ‘de amanhã’, seremos aconselhados a viver já hoje a partir do de amanhã, a partir do amor de Deus, que a todos nos chama para a responsabilidade de uns pelos outros”

Papa Bento XVI, Jesus de Nazaré, São Paulo, Planeta, 2007, pp.138-143