Dom José Falcão de Barros reflete sobre a frase “Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu”, da oração do Pai Nosso, a partir de um texto de Orígenes:
“Uma vez que alguns pensam que nós somos chamados a pedir o pão para o corpo, é justo que, removida de imediato a sua errônea opinião, estabeleçamos a verdade sobre o pão substancial. É preciso responder a essas pessoas por que jamais Aquele que diz para pedir coisas celestes e grandes – não sendo celeste o pão que nos é dado para a nossa carne nem grande oração é aquela para pedi-lo – ordene elevar ao Pai a súplica por aquilo que é terreno e pequeno, como se Deus, segundo eles, se esquecesse dos seus ensinamentos. Pão supersubstancial é aquele adaptadíssimo à natureza racional e apropriado à mesma substância, que traz saúde, vigor e força para a alma, tornando participante da própria imortalidade – imortal, com efeito, é o Verbo de Deus – quem dele se alimenta”
Orígenes, De oratione, 27, 1.9 (PG 11, 506.521-522)