Dom José Falcão de Barros comenta o Catecismo da Igreja Católica. Reflete sobre a frase “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, da oração do Pai Nosso, e um texto de Orígenes:

“Quando Lucas diz: ‘Perdoai-nos as nossas dívidas’ (Lc 11, 4), porque os pecados são as dívidas que temos mas que não pagamos, diz a mesma coisa que Mateus, que parece excluir quem quer perdoar apenas os devedores que se arrependem, e diz que foi o Salvador que ordenou acrescentar, rezando: ‘Assim como perdoamos a quem
nos tem ofendido’ (Lc 11, 4). Certamente todos temos poder de perdoar pecados cometidos contra nós, como aparece das palavras ‘como perdoamos a quem nos tem ofendido’, e em outro lugar: ‘Assim como nós perdoamos aos nossos devedores’ (Mt 6,12). Quem recebeu de Jesus o sopro do Espírito Santo e se tornou espiritual, perdoa aquele que Deus perdoa e não absolve os pecados incuráveis. Porque é ministro de Deus – o único que tem poder de remitir os pecados – como eram os profetas que não diziam aquilo que queriam, mas o que queria Deus”

Orígenes, De oratione, 28, 8 (PG 11, 522.527)