Dom José Falcão de Barros comenta o Catecismo da Igreja Católica. Reflete sobre a frase “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, da oração do Pai Nosso, e um texto de São Cipriano de Cartago:

“Depois do alimento, pedimos também o perdão dos pecados. É verdadeiramente providencial e salutar esta petição, que nos recorda que somos pecadores, porque, ao exortar-nos a pedir o perdão dos pecados, o Senhor desperta-nos a consciência da nossa indignidade e, ao mesmo tempo, a confiança na misericórdia divina. Ao mandar-nos pedir cada dia o perdão dos pecados, Ele lembra-nos que pecamos todos os dias, e assim ninguém pode vangloriar-se da sua inocência e cair no orgulho. No mesmo sentido, nos adverte também São João na sua Epístola, quando diz: ‘Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, o Senhor é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados’ (1Jo 1, 8-9). Duas coisas nos ensina o Apóstolo, na sua Epístola: que devemos pedir o perdão dos nossos pecados e que alcançamos perdão quando o pedimos. Diz que o Senhor é fiel, porque nos prometeu o perdão dos pecados e não pode faltar à sua palavra. Efetivamente, Aquele que nos ensinou a orar pelas ofensas e, pelos pecados, prometeu, ao mesmo tempo, a sua eterna misericórdia e o seu perdão”

São Cipriano de Cartago, De dominica oratione, 22-24 (PL 4, 534-536)