Dom José Falcão de Barros comenta o Catecismo da Igreja Católica. Reflete sobre a frase “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, da oração do Pai Nosso, e um texto de São Cipriano de Cartago:

“O Senhor acrescenta uma condição que é, ao mesmo tempo, um mandamento e uma promessa: devemos pedir o perdão dos nossos pecados na medida em que perdoamos, conscientes de que é impossível alcançar o perdão para as nossas culpas, se não o concedemos àqueles que nos tenham ofendido. Por isso, diz também em outro lugar: ‘Com a medida com que medirdes vos será medido’ (Lc 6, 38). Aquele servo a quem o seu senhor tinha perdoado toda a dívida, foi, apesar disso, metido no cárcere porque não quis perdoar ao seu companheiro. Por recusar indulgência ao seu companheiro, perdeu a indulgência que tinha obtido do seu senhor. Cristo volta ainda a insistir nisto mesmo, com maior força e energia, quando nos manda severamente: ‘Quando estiverdes em oração, perdoai se tiverdes alguma coisa contra alguém, para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe os vossos pecados. Se, porém, não perdoardes, também o vosso Pai que está no céu não vos perdoará os vossos pecados’” (Mc 11, 25-26).

São Cipriano de Cartago, De dominica oratione, 22-24 (PL 4, 534-536)