Dom José Falcão de Barros comenta o Catecismo da Igreja Católica. Reflete sobre a frase “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, da oração do Pai Nosso, e um texto de São João Crisóstomo:

“Esta súplica convém aos fiéis, como nos ensinam, não apenas as leis da Igreja, mas o prelúdio mesmo da oração. Um catecúmeno, com efeito, não pode chamar a Deus por Pai. Se, portanto, essa oração convém aos fiéis e estes pedem que lhes sejam perdoados seus pecados, é evidente que tampouco após o batismo nos é tirado o benefício da penitência. Se não foi isto que nos quis mostrar, também não nos mandaria pedir perdão na oração. Mas quando Ele nos recorda nossos pecados, manda-nos pedir perdão por eles, ensina-nos a maneira de alcançá-lo e nos favorece o caminho para isso, é evidente que se nos deu a lei de orar assim é porque sabia, e assim no-lo mostrava, que, mesmo após o batismo, poderíamos nos lavar das nossas culpas. Recordando os nossos pecados, convence-nos sobre a humildade. Ao nos mandar perdoar os outros, livra-nos de todo ressentimento, com a promessa de que, em troca disso, Deus nos perdoará. Assim, aumenta a nossa esperança, pois nos ensina a meditar sobre a bondade inefável de Deus”

São João Crisóstomo, Homiliae in Mathaeum, 19, 5 (PG 57, 280-281)