Dom José Falcão de Barros reflete sobre a frase “Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu”, da oração do Pai Nosso, a partir de um texto de Santo Agostinho:
“Apresenta-se também outro sentido para as palavras: Seja realizada tua vontade na terra, como é realizada nos céus: assim como acontece com os justos e santos, também aconteça com os pecadores. E pode-se entender isso de dois modos. Primeiro: que nessa petição oremos também por nossos inimigos. Pode-se acaso considerar de outro modo aqueles cuja conduta se opõe à dilatação da fé cristã e católica? De modo que as palavras ‘seja realizada tua vontade na terra, como é realizada nos céus’ equivalem a dizer que, assim como os justos fazem a tua vontade, também os pecadores obedeçam a ela e se convertam a Deus. O segundo modo a ser entendida essa petição do Pai Nosso é que nela se pede ser outorgado a cada um o que lhe é devido. Isso acontecerá no julgamento final. Aos justos será dado o prêmio; aos pecadores, a condenação. Então os cordeiros serão separados dos cabritos” (Mt 25, 33).
Santo Agostinho, De sermone Domini in monte, 2, 6, 22 (PL 34, 1279)