Dom José Falcão de Barros reflete sobre a frase “Venha a nós o Vosso Reino, da oração do Pai Nosso, e um texto de São Quodvultdeus.
“Pedimos que venha o seu Reino. O Reino que invocamos é aquele do qual está escrito: O seu reino é um reino eterno (Dn 3, 100 [cf. Sl 145, 13]). Se o seu Reino é eterno, como podemos pedir que venha, já que ele permanece sempre? É preciso que compreendamos aquilo que pedimos, porque a nossa compreensão pode nos enganar, mas não Deus. Engana-se quem não é consciente que Ele é o autor do Reino. Nós pedimos porque Ele nos promete um Reino eterno. […] Mas o que promete? Vós que me seguistes, vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19, 28). E não só o promete, mas também o escreveu. Com essa promessa, Ele se digna tornar-se nosso devedor. Porque temia que tu não Lhe desses confiança, deixou uma caução e a ti a entregou mediante o seu único Filho, para assegurar-te que reinarás um dia com Deus, que já acolhestes, na sua humanidade, como único Filho de Deus. Tens nas mãos a caução; deténs garantias. Qual é esta caução? O Evangelho. A garantia? A morte de Cristo, o sangue de Cristo” (São Quodvultdeus, De Dominica Oratione, 5 – PLS 3, 302).