Dom José Francisco Falcão de Barros comenta o Evangelho de Mateus, versículo por versículo. Reflete sobre as passagens bíblicas de Mateus 7, 6 e um texto de Santo Agostinho:
Mateus 7, 6 (I) – Não julgar para não ser julgado
Μὴ δῶτε τὸ ἅγιον τοῖς κυσὶν μηδὲ βάλητε τοὺς μαργαρίτας ὑμῶν ἔμπροσθεν τῶν χοίρων, μήποτε καταπατήσουσιν αὐτοὺς ἐν τοῖς ποσὶν αὐτῶν καὶ στραφέντες ῥήξωσιν ὑμᾶς
“Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem”
“A respeito desse preceito que nos proíbe dar o que é santo aos cães e atirar as nossas pérolas aos porcos, precisamos examinar com atenção o que se entende por coisas santas e igualmente por pérolas, cães e porcos. É santo aquilo que não se pode violar, profanar ou corromper, sem cometer crime. A vontade torna-se culpada dessa tentativa sacrílega, ainda que a coisa santa fique ela mesma inviolável e incorruptível, por sua natureza”.
“As pérolas são os bens espirituais que é preciso ter em alta estima. Como elas se encontram naturalmente em lugar oculto, devem ser tiradas como das profundezas do mar. Só são achadas ao quebrar a concha da alegoria que as esconde. Assim, pode-se pensar que a coisa santa e a pérola designam aqui uma só e mesma realidade. É coisa santa porque não pode ser profanada e é pérola porque não deve ser menosprezada”
Santo Agostinho (354-430)
O Sermão da Montanha 2, 68