Dom José Francisco Falcão de Barros
continua a introdução aos Salmos. Apresenta o sentido literal e espiritual dos Salmos, a partir de um texto de Santo Agostinho. Explica, também, a inspiração divina e profética dos Salmos, citando outro texto de Santo Agostinho:

 

O sentido literal e o sentido espiritual dos Salmos

“O salmo que foi lido é entretecido quase totalmente de figuras e mistérios, e exige não somente de nós, mas também de vós, grande atenção, embora tudo o que foi dito possa ser tomado religiosamente à letra”.

“Enumeram-se, se não todas, muitas das obras de Deus, notórias a todos os que sabem ver atrás das criaturas as invisíveis, com o intelecto. De fato, vemos a amplidão do universo, céu, terra e tudo o que eles contêm; e da beleza e grandeza do mundo passamos à grandeza e beleza inestimáveis do Criador, que, embora não vejamos, no entanto amamos”.

“Efetivamente, Deus que ainda não pode ser contemplado pela pureza de nosso coração, põe, perante nossos olhos, suas obras, a fim de que vendo o que podemos ver, amemos aquele que não podemos contemplar, e, assim, devido a seu próprio amor, um dia possamos obter a sua visão”.

“Entretanto, devemos procurar também o sentido espiritual em todas as palavras. Nessa busca vossos anelos nos auxiliarão, em nome de Cristo. São eles mãos invisíveis que batem à porta invisível, a fim de que invisivelmente ela se abra, invisivelmente entreis e invisivelmente sejais curados”

Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos 103, 1, 1

 

A inspiração divina e profética dos salmos – falam de Cristo e da Igreja

“Estes Salmos que cantamos foram pronunciados e escritos sob inspiração do Espírito de Deus, antes que nosso Senhor Jesus Cristo nascesse da virgem Maria. Davi foi rei dos judeus; este povo adorava um só Deus, que fez o céu e a terra, o mar e todas as coisas que eles contêm, visíveis ou invisíveis”.

“Os demais povos, ou adoravam ídolos fabricados por suas mãos, ou qualquer criatura de Deus, e não o próprio Criador. Isto é, adoravam o sol, a lua, as estrelas, o mar, os montes ou as árvores. Tudo isso foi feito por Deus. E ele quer ser louvado por causa delas e não que sejam adoradas em seu lugar”.

“Em verdade, o rei Davi pertencia ao povo judaico e de sua estirpe nasceu nosso Senhor Jesus Cristo, da virgem Maria (Rm 1, 3). A virgem Maria que gerou o Cristo era desta estirpe (Lc 2, 7). Davi compôs estes Salmos, que profetizavam a vinda de Cristo após muitos anos. E os profetas daquele povo anunciaram, apesar de viverem antes de nosso Senhor Jesus Cristo nascer da Maria virgem, tudo o que haveria de acontecer em nossos dias”.

“Nós agora lemos e vemos estas coisas, e muito nos alegramos porque vemos o objeto de nossa esperança predito por santos que não as viam realizadas, mas as contemplavam em espírito a se realizar no futuro. E isto lemos e ouvimos ao ser lido; e explicamos. Conforme foi descrito nas Escrituras, vemos cumprir-se por toda a terra”.

“Quem não se alegra com isto? Quem não há de esperar as realizações que ainda não se verificaram, diante de tantas coisas que já se cumpriram? Agora, pois, irmãos, vedes que o mundo inteiro, a terra toda, todos os povos, todas as regiões acorrem para o nome de Cristo e creem em Cristo”

Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos 62, 1

 

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.