Dom José Francisco Falcão de Barros reflete o Salmo 3, versículos 8 e 9. Cita textos de Santo Agostinho, Teodoro de Mopsuestia e o Salmo 136, 7-9:
“Levantai-vos, Senhor! Salvai-me, ó meu Deus! Feris no rosto todos os que me perseguem, quebrais os dentes dos pecadores”
Salmo 3,8
“‘Feris no rosto todos os que me perseguem, quebrais os dentes dos pecadores’, isto é, quebraste os dentes aos pecadores porque feriste a todos os que me hostilizam. O castigo dos inimigos consistiu em terem os dentes quebrados, quer dizer, as palavras dos pecadores, que dilaceravam com injúrias o Filho de Deus, foram anuladas, reduzidas a pó. Por “dentes” entendamos as palavras maldizentes, às quais se refere o Apóstolo: ‘Mas se vos mordeis, cuidado, não aconteça que vos elimineis uns aos outros'” (Gl 5, 15).
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 3, 7
“Sim, Senhor, a salvação vem de vós. Desça a vossa bênção sobre vosso povo”
Salmo 3,9
“O que nasceu do Pai, diz relação ao Pai, como o Filho; por isso é dito Filho do Pai, não nosso. Por outro lado, o que foi dado, diz relação ao que deu e ainda àqueles a quem é dado. Assim se diz do Espírito Santo: não é somente do Pai e do Filho, mas também é nosso, posto que o recebemos. Diz-se do mesmo modo: salvação do Senhor a respeito daquele que dá a salvação (cf. Sl 3, 9); e é também “nossa salvação”, porque a recebemos”
Santo Agostinho (354-430)
A Trindade, 5, 14, 15
“O que é essa bênção do Senhor? Sem dúvida, entende-se com ela a paz, como diz a Escritura em várias passagens: “Paz sobre Israel” (Sl 124[125], 5). Com essas palavras, quer mostrar que nessa bênção é concedida a paz a todo o povo”
Teodoro de Mopsuestia (350-428)
Comentário aos Salmos, 3, 9
“Ó filha de Babilônia, a devastadora, feliz aquele que te retribuir o mal que nos fizeste! Feliz aquele que se apoderar de teus filhinhos, para os esmagar contra o rochedo!”
Salmo 136, 7-9
“Feliz aquele que te retribuir o mal que nos fizeste”. De que retribuição se trata? Com a que encerra o salmo: “Feliz aquele que se apoderar de teus filhinhos, para os esmagar contra o rochedo!”. Esta é a retribuição. Que nos fez esta Babilônia? Já o cantamos em outro Salmo: “As palavras dos iníquos prevaleceram sobre nós” (Sl 64, 4). Pois, ao nascermos, pequeninos ainda veio ao nosso encontro a confusão deste mundo. Ainda pequeninos sufocou-nos com as vãs opiniões dos diversos erros. Nasce o menino, futuro cidadão de Jerusalém, já cidadão na predestinação de Deus, mas nesse interim cativo e aprende a amar o que lhe insinuam os pais. Instruem-no e ensinam-lhe a avareza, as rapinas, as mentiras cotidianas, os cultos de vários ídolos e demônios, os remédios ilícitos dos encantamentos e amuletos. Que há de fazer o menino, alma tenra, observando os que fazem os maiores, senão seguir aquilo que os vir praticando? Portanto, perseguiu-nos Babilônia quando ainda éramos pequenos; mas ao crescermos, Deus nos deu o conhecimento de si, a fim de não seguirmos os erros de nossos pais. Eu o relembrei então, conforme predito pelo profeta: “Para ti acorrem as nações das extremidades da terra. Elas dirão: Nossos pais não adoraram senão mentira, vazio que não serve para nada” (Jr 16, 19). Falam os jovens, mortos na infância por seguirem coisas vãs. Rejeitando, porém, essas coisas vãs, e revivendo progridam em direção a Deus, e retribuam a Babilônia. Que retribuição lhe darão? Aquela que ela nos deu. Seus filhos pequenos, por sua vez, sejam sufocados; ou antes seus pequeninos sejam esmagados, e morram. Quais são os filhinhos de Babilônia? As concupiscências, logo ao despertarem. Existem os que combatem velha cupidez. Ao nascer a cupidez, antes que se fortaleça contra ti, pelo mau hábito, enquanto é pequenina, não receba de modo algum o reforço de um mau costume. Enquanto é pequena, esmaga-a. Mas se receias que esmagada não Eu não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma força vinda de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1, 16).5 morra, esmaga-a contra a “pedra”. Essa rocha era Cristo (cf. 1Cor 10, 4). Irmãos, que os instrumentos não deixem de soar; cantai uns para os outros os cânticos de Sião. Quanto maior a boa vontade de ouvir, tanto mais de bom grado praticai o que ouvis. Se não quereis ser salgueiros de Babilônia, irrigados de seus rios, e infrutíferos. Mas suspirai pela Jerusalém eterna. Vossa vida acompanhe a esperança que vos precede. Lá estaremos com Cristo. Agora Cristo é nossa Cabeça; governa-nos lá do alto. Abraçá-lo emos naquela cidade. Seremos iguais aos anjos de Deus”
Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 136, 21-22
Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.
“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.
A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.