Os salmos na nossa vida – Salmo 8 – A glória do Criador nos esplendores da Criação


Dom José Francisco Falcão de Barros
reflete o Salmo 8,6-7:

Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo.

Salmo 8,6-7

“À natureza racional, porque feita à semelhança de Deus, deu o domínio e o poder sobre tudo. Como Deus é rei de todas as coisas, assim também o homem: tendo recebido a imagem divina, foi constituído senhor de tudo o que existe sobre a terra. Se aqui se diz: “Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos”, em outro lugar é dito: “As obras de vossas mãos são os céus” (Sl 101, 26), e isto demonstra que o constituiu até acima dos céus”.

“Talvez aqui se acene de forma velada à vida nos céus, aquela que terão os homens elevados daqui da terra, quando herdarem o reino dos céus prometido (cf. Mt 25, 34), segundo o dito do Apóstolo Paulo: “Herdeiros de Deus, coerdeiros de Cristo” (Rm 8, 17). Assim também a palavra: “Vós lhe submetestes todo o universo”, vale agora para os animais. Mas dado que aos homens é reservada nos céus uma vida semelhante à dos anjos, o homem, constituído acima das obras das mãos de Deus, o homem poderá contemplar também os céus e tudo o que neles existe. O bem-aventurado Paulo, todavia, entendeu isto como dito a respeito do Salvador e referido ao que acontecerá no século futuro. Por isso, o Pai Lhe diz: “Assenta-te a minha direita, até que eu ponho os teus inimigos como escabelo dos teus pés” (Sl 109, 1).

Eusébio de Cesareia (265-339)
Comentário aos Salmos, 8, 6

 

“De glória e honra o coroastes”. O Profeta se refere a esta glória por revelação. Pois o que a ela se compara, quando somos semelhantes aos anjos, quando recebemos a filiação adotiva, quando por nós nem sequer o Unigênito é poupado? Não é mais brilhante que a púrpura e o diamante podermos vencer a morte, ser transportados à impassibilidade dos poderes incorpóreos, nós que antes estávamos cativos, sem glória e éramos abomináveis? Nem Adão foi honrado antes de realizar algo de bom ou de mau. Como poderia fazê-lo, se ainda não existia? Nós, pelo contrário, que fizemos muitíssimos males, gozaremos de muito mais honra”.

“Já não vos chamo servos – diz –, mas amigos” (Jo 15, 15). Os anjos jamais se envergonham de nós, mas contribuem com a nossa salvação. Assim, também veio o anjo a Filipe (cf. At 8, 26) e a muitos outros (cf. At 5, 19; 7, 30; 10, 7; 12, 7), e anunciavam o Evangelho aos homens (cf. Lc 2, 10). Não somos herdeiros na terra, mas coproprietários dos bens celestes e partícipes de Cristo, e fomos chamados a comunhão com o Unigênito (cf. 1Cor 1, 9). A essas coisas se refere, ao falar de “glória e honra”.

São João Crisóstomo (347-407)
Comentário aos Salmos, 8, 7, 3

 

“O filho do homem, portanto, foi visitado; em primeiro lugar o próprio homem-Senhor, nascido da Virgem Maria. Dele se afirma por causa da fraqueza da carne, que a Sabedoria de Deus se dignou assumir, e da humilhação da paixão: “Vós o fizestes quase igual aos anjos”. Mas acrescenta-se a glorificação da ressurreição e subida ao céu: “De glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos”. Apesar de serem os anjos obra das mãos de Deus, aceitamos a verdade de ter sido o Filho unigênito estabelecido até acima dos anjos, mas ouvimos e acreditamos ter sido colocado pouco abaixo dos anjos, pela humildade da geração carnal e da paixão”.

Santo Agostinho (354-430)
Enarrationes in Psalmos, 8, 11

 

Luz da Vida:
O programa Luz da Vida nasceu da necessidade de proclamar o nome santo de nosso Senhor Jesus Cristo, de levar a todos os corações a certeza de que não existe outro nome debaixo do céu pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Mt 8, 12). Foi essa passagem bíblica que inspirou a criação e o nome do programa, que tem uma finalidade simples e audaciosa: apresentar Jesus Cristo como Caminho, Verdade e Vida. Como Luz que ilumina a vida de todos nós.

A cada programa, Dom José Falcão de Barros apresenta um tema diferente, abordando questões espirituais e materiais da vida hodierna, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, da doutrina, do magistério e da tradição da Igreja Católica Apostólica Romana.